domingo, 29 de janeiro de 2012

Regresso

Regresso ao amor.
Nesses dias frios em que vemos o quanto somos frios, envolvidos na espera do próximo grande amor, tendo que aceitar os efeitos devastadores do tempo por já ter tido uma oportunidade de amar e não te-la aproveitado.
Fico assim preso no presente, em guerra com o mundo mas contra ninguém, só a favor de mim mesmo, abraçando abraços, olhando para olhos e beijando bocas que não são o suficiente, adormecendo sábados cinematográficos, despertando domingos cinzas chuvosos.A solidão me abre um vinho e me toca uma música lenta nos acordes desafinados do meu coração.
Coragem agora é uma questão de sobrevivência, não há como regressar, mas regresso ao amor, olho para ele e digo que pode voltar mas, agora é ele a me dar as costas, seguro seu braço e mesmo estremecendo por dentro ele diz: Não era isso que você queria? Vai! Ser livre na vida.
Pego toda essa minha liberdade e enfio no bolso do meu velho paletó e saio da casa do amor levando apenas o violão, à porta o olho pela última vez querendo acreditar que não será a última e em seus olhos vejo meus filhos afogados em suas lágrimas que se acumulam e delicadamente esperam eu virar e sair para caírem.
Minha barba crescera e minha beleza triste toca violino enquanto marcho procurando o que dizer, explicar. E lentamente assovio um coral de vozes e uma coceira passeia pelo meu corpo me obrigando a reconhecer que estou vivo. Adormeço na coceira e sonho.
Silêncio, SEXO. Sossego, prazer e eu em uma cama a três. Sou tão grande que posso ser eu, matei o medo com um golpe de pau e lentamente sossego e prazer me matam para poderem ficar a sós.
Acordo na estrada com o bom dia de meus fantasmas e caminho em frente sem porta retratos, vou guiando o vento da minha sorte, duelando meu troféu com bandidos, apagando velas e acendendo luzes, deixando corpos pelo chão que precisam de ajuda até para chorar.Progresso ao amor, dançando a última noite, enquanto espero como um louco o seu regresso.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Melão

A melancolia é tão tranquila, que parece andar na ponta dos pés com meias para não me acordar.
Esse tempo silencioso que canta no meu ouvido canções sobre o agora, e abre os meus olhos me tirando do fundo de dentro e me jogando por aí afora, esse tempo é tão ameno, tem cheiro de café com jornal e é uma segunda feira de férias.
Eu sou tão sufocado de passado, nada é novo, se remete na memória. Então por que me sinto tão calado se dentro de mim mora uma avalanche? De sentimentos, projetos, de sonhos, amores, de fome, desejo, habita em mim uma tempestade de pessoas que gritam na minha cabeça formas de ver o mundo, essas pessoas que em mim moram são vocês, com suas diferenças em relação ao gosto, com seus rostos apaixonantes de dar medo. Sou feito de outros.
E quando uma coisa acontece te convidando para viver, e parece que há fogos de artifício em seu coração novamente, a melancolia pega a sua mala e entra e tudo que você tem a fazer é pegar as suas coisas e sair.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Assim logo

06:40 da manhã, lutando Boxe com o espelho, ouvindo Love the way you lie.
Outrora ouviria no rádio Orlando Silva, a voz do meu vô e vocabulário dos cariocas do Rio antigo, herança da realeza, espaço de esplendor da santa natureza oh flor.
Grato por cada som que sai da caixa Mundo, das vozes que vão, vagam maravilhosamente leve, blefando erros imaturos, dançam, simplesmente dançam, seguindo em frente os desejos possíveis, lembranças de quando andávamos de mãos dadas, e o mundo todo era nosso quintal, nosso campinho, nosso samba, nossa voz.
Tomamos CocaCola em Copacabana e toda essa pureza nos dói, como se não chovesse nunca, nunca mais.
E seguíssemos viajem nesse trem de calmaria, qual meu grito já cansou de desafinar, e pôr vírgulas onde não, e ponto sem nó num céu virado, aguardando aguardente, como um bicho que se machucou ou um cego que viu uma saída, muito importante, simples.Seguíssemos veríamos nitidamente um tolo amor, singelo de lágrimas de felicidade.
Laranja e azul , sol e lua apaixonados cegos, sentindo que culpa? A cada dois passos, nomes,vidas e a volta das chuvas em que cada gota é um espinho, uma abstração, alienado conhecimento de qualquer caminho. Se a gente tivesse boas fotos para se amar e motivos. Um fim de nós dois um no outro, um fim infinito, uma música para se ouvir no quarto depois do banho e dançar e viver e rezar e comer e deitar e dormir e se amar e sorrir, sempre na casa de praia.
Sem muita explicação.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Com você Sol, sem só.

Era silêncio que eu sentia quando beijava o cheiro da sua nuca você deitada no meu braço e meu peito nas suas costas mergulhados na imensidão branca do quarto eu e você dormindo abraçados com a arte era silêncio, puro.
Quem será que é essa mulher com cabelos Loiros castanhos e vermelhos e com os olhos que mudam de cor mas que naquele instante estavam azuis da cor do mar do surf dos sonhos do sonho real que foi sua boca beijando enquanto seus olhos me olhavam doando prazer da beleza do prazer. Seu corpo era a natureza mulher, Rainha.
Quem será esse cara que tomou todas as decisões certas e veio me encontrar e ainda é gostoso e até bonito carinhoso e me obriga a lhe beijar com uma ordem que como o fogo me consome e não se apaga com o molhar das línguas ou do chuveiro banho molhado pele espelho nossos corpos molhados grudados nossas mentes atropeladas por um furacão? Quem será esse ator que canta essa música que por dentro me fez chorar e parece gostar de mim mas é só o primeiro dia das nossas pobres vidas fadadas a navegar pelo rio em janeiro a procura de algum verão?
Se um dia você ler isso vai saber que sou poeta e era em poesia que eu pensava enquanto te olhava e você me perguntava no que eu estava pensando e se eu ainda estiver vivo talvez do seu lado ou de outra já que a vida é um cara ou coroa podemos simplesmente dançar a realidade de que ninguém sabe dançar conforme a música pois sempre estaremos a escutando pela primeira vez.
Você está certa em ter calma, é preciso ter coragem para não se deixar levar por essa onda que invade o pensamento e me faz querer te ver as 7 da manhã de um dia em que nem cheguei ainda pois passei a noite toda acordado pensando em alguém que agora de mim duvida e me olha diferente daquela que se entregou na primeira noite e parecia em meus braços poder voar. Aquela que lembra do nosso primeiro beijo e que parecia estar grudada colada em mim no metrô que pode nos levar juntos para as 4 estações ou simplesmente me deixar no flamengo e você no catete.
Eu quero aquela com o cheiro de melhor perfume que eu já senti na vida, quero aquela que eu beijei os pés, que fez um chá pra mim e me mostrou suas músicas, quero aquela que ouviu pacientemente o meu teatro e me olhou com olhos de quem acreditava, quero aquela que falou vamos fazer as aulas juntos, quero aquela que apaixonadamente dividia comigo seu açaí como quem compartilha um segredo, quero aquela que corre ao meu lado e sabe que mesmo tentando um 360 no skate eu nunca vou te deixar cair, quero aquela que mergulha lá no fundo e ainda assim me presenteia com as pérolas, quero você que diz: Fica aqui mais um pouquinho comigo,deita aqui em cima de mim, quero você que me chama de sol no telefone para a sua Mãe porque sabe que o sol é o astro rei e que ele precisa de uma rainha, quero aquela que mesmo com todo o brilho porpurinado do seu peito me abraçou por trás fazendo surpresa e disse que queria ir buscar um beijo, quero aquela que quebrou meus dentes e não aquela que com cara de desdém me manda concertá-los, quero aquela que tem o signo que se completa no meu, quero sentir sua respiração sempre perto até que nela eu fique submerso, quero aquela que vai sorrir na praia quando eu disser Delicious e aquela que que não vai ter medo de estar cometendo o maior erro da sua vida se apenas seguir o seu coração.