terça-feira, 29 de abril de 2014

Davi

Davi era o contrário da vida, tudo nele era errado e por isso mesmo seus 8 anos eram ∞
Só falava por músicas e assim recebia telefonemas de pessoas interessadas em dançar
Só enxergava o escuro, e então das pessoas, podia ver apenas os vazios
Disse-me que a água do mar é mais doce... e provou!
Na infância, se aposentou como Bibliotecário de guerra
Adulto, só queria brincar de médico
O travesseiro é quem dormia nele, o sonho vinha vivê-lo, Davi gostava de assustar os pesadelos
Ouvia o eco das coisas que as pessoas gostariam de dizer mas não disseram
Um dia, de noite, conheceu uma mulher e a elogiou de puta, ela se apaixonou, ele pediu então para que o beijasse com os mamilos as bolas dos seus joelhos, uma mulher apaixonada é capaz de tudo
E Beatriz engravidou
Davi, por amor, fugiu para o mais longe que pôde, à 300 metros dali, Salvador! Arrumou um emprego de palhaço no circo, não era nem bom nem ruim, era um palhaço normal, inclusive era esse o seu nome, e seu parceiro era Ronald Golias. Gastava todo seu ordenado comprando areia para sua ampulheta, queria ter mais tempo pra chorar, pois via algo de sublime nesse sublimar subliminar
Todo dia 27 de cada mês não fazia nada em especial, exceto quando se sentia meio diferente, como se o nada fosse o suficiente
Mas a estrela de Davi brilha, alumia certeira seus passos errantes, homem de vida ao contrário, contrariando toda alegria infeliz

domingo, 6 de abril de 2014

Meu amor por A.G.S.Villela

Era uma vez Gabriel, um Deus que nasceu em manjedoura barroca acariciada com fios de ouro, na divisa entre as cidades de Jerusalém e Carmo do Rio Claro.
Um profeta, filho único de sua mãe Elizabeth e de seu pai Raul, comcebido pela graça do espírito mineiro, mensageiro da palavra de Shakespeare, nasceu cantando um silêncio profundo capaz de despertar os gigantes da montanha. Para a sua estréia vieram teleguiados por uma estrela-atriz, os três ETs magos, trazendo ouro, maquiagem e liturgia.
Você vai ver o que você vai ver, o concílio do amor em relações perigosas, vem buscar-me que ainda sou teu, afinal a vida é sonho Romeu, Óh Romeu tu já terás amado alguma vez? Óh não, os meus olhos negam com firmeza, pela primeira vez, vejo a beleza! Pois o verdadeiro artista vive uma guerra santa por poesia e justiça. A falecida rua da amargura cairá feito a Torre de Babel e não sobrará pedra sobre pedra, nada nem ninguém, nem Mary nem Stuart, o mambembe, só restará o sonho, a ventania e a aurora da minha vida, afinal a vida é sonho, morte e vida, severina alma de todos os tempos. Teve replay um tal Chico malandro e a sua ópera, os Saltimbancos saltaram o banco, a ponte e a gota d´água da água da picina. Serviu o Quartett general em Campo Alegre e se alimentava de Seiva trupe de Portugal. Fez um pacto com Zeus contra o diabo de Fausto zero, apareceu com a Margarida, enquanto todos esperavam Godot, Leonce e Lena. Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará, seus figurinos harmonizam feito uma valsa, sandálias de calígula com vestido de noiva, na mesma fogueira do amor que queimou o soldadinho e a bailarina, sua incelença Ricardo III , teve a crônica de sua casa assassinada, para que com uma dor de Hécuba, herdasse a coroa de Macbeth em manifestações que acordariam os gigantes da montanha. Toda a inveja de um requiem, é porque Antônio finalmente amadeus, e o amor é a nossa mania, nossa mania de explicação,de um amor (Gabriel Villela) que não se explica.
E que venha a tempestade, eu perdi o meu medo da chuva.