Estou cheio de abismos, cada escolha é um salto em queda livre. Pulo do alto do meu próprio coração, preso a ele estou totalmente solto.
Acorda e acorda, que a corda que lhe protege é a mesma que lhe dá corda. Continuo a cair em mim, me despindo nesse despiladeiro, desfilando e definhando no desfiladeiro, quando caio em mim é que me levanto, caio na real, caio Felipe Brum ao escuro e não Caio Fernando Abreu.
Observo o deboche da minha loucura fazendo do meu corpo a piada e acaricio meu drama em torpes de um silencioso sentir, aceito como forma de protesto, que tudo é possível mas que não se pode ter tudo. Costumei fechar os olhos pra enxergar.
E de lá vejo que já não estou, porque já estive, mas nunca comigo.Porque não sou companhia pra mim mesmo, eu nunca me espero, sempre que eu chego, eu já estou indo, eu moro num círculo de fogo que queima apagando as memórias dos sonhos que não poderei realizar.
Vivemos à beira de um abismo, que fica na curva de um abismo infinito, de tanta incopletude, que morto, quero ser enterrado no buraco da minha alma, pois nada tem fim.
E se um dia
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